-Ai Ju...
-Que foi, Vanessa?
-Acho que estou grávida.
Os momentos que se seguiram ficam confusos na minha mente, talvez a gargalhada escandalosa da Julyana tenha me assustado... Ou talvez, ser arrastada para uma farmácia para comprar um teste de gravidez com um monte de mulheres rindo e tagarelando no carro enquanto eu estava apavorada...
Essas meninas me fizeram ter coragem para comprar o tal exame e principalmente: Fazer o dito no banheiro da igreja.
Eu ouvia meu marido cantando com os jovens enquanto eu tentava acertar a mira... Fazer xixi num copinho descartável quando se está prestes a descobrir uma coisa tão importante, não é moleza tá?
Bom... O resultado deu positivo, todas comemoraram... E eu, fiquei pensando:
-Um xixizinho num copinho e um pedacinho de papel dizendo que estou grávida? Me poupe. Exame de gravidez é com sangue.
Na segunda-feira fui ao laboratório. Fiz o exame e no final da tarde fui com meu marido buscar.
O Isaac abriu o envelope e estava lá: POSITIVO.
Ele riu muito, fez piada (Esse exame é bom hein, amor? Vem até com o nome da criança, olha... Elisa. - Eu tinha feito o exame Elisa, que dá diagnóstico até de AIDS) e eu... Só sentia calor... Sede... Vontade de assistir pica-pau, comer uma manga...
Cheguei em casa me sentido um monstro, por não ter sentido a "magia do momento". Pensei que ao abrir o envelope, sinos tocariam, fogos de artifício no céu, música no ar... E eu não sentia nada. Só sede (a cidade de Indaial é quente demais e eu sempre estou com sede).
Lembrei desses verso:
Tu criaste cada parte do meu corpo; tu me formaste na barriga da minha mãe. (Salmos 139:13)
Antes do seu nascimento, quando você ainda estava na barriga da sua mãe, eu o escolhi e separei para que você fosse um profeta para as nações. (Jeremias 1:5)
E refleti que Deus já conhecia aquela criança... E isso sim, era mágico.
Decidi que o melhor era ver o milagre acontecendo devagar... Dentro de mim.
Orei ao Senhor e decidi confiar. E algumas semanas depois, vivi o primeiro momento mágico.
Ouvi o coraçãozinho do nenem, batendo forte...
Ele estava ali, Deus o conhecia...
Não havia sinos, fogos de artifício... Meu marido nem estava junto...
Mas comecei a entender o grande milagre... A multiplicação da vida... O amor de Deus por mim e por aquele serzinho que mais parecia um girino...
Os milagres talvez aconteçam assim... Quando menos esperamos e sem toda pompa que desejamos. Mas estão ali...
Nenhum comentário:
Postar um comentário