Mas, graças a Deus, ele é homem. E os homens tem
uma enorme dificuldade de concluir qualquer tarefa corriqueira.
Alguns deixam a toalha molhada em cima da cama,
outros até estendem... Na porta do quarto. Maridos maravilhosos lavam todos os
pratos e copos... E escondem as panelas no fogão, na geladeira... Tem marido
que leva o lixo pra fora, mas é incapaz de jogar o próprio lixo produzido ao
lado do computador.
Não é preciso uma inteligência superior pra saber
que as panelas não tomam banho, que o papel higiênico não brota ao lado da
privada e os objetos não voam sozinhos para seus lugares. Na verdade, acho que
quanto mais inteligente o homem, mais problema ele tem com o término de atividades
simples.
Sei que toda esposa que se preze já implorou/ameaçou/suplicou/subornou
o marido pra que ele não deixe as tarefas pela metade... Inutilmente.
Os homens tem uma relação diferente com o trabalho
doméstico. Eles fazem um pouco e como um disjuntor sobrecarregado, chegam ao
limite e desligam. Eles ouvem uma vozinha interior dizendo: “Ei, você já fez o
bastante. Tá ótimo! Sente-se no sofá, pegue uns petiscos e veja os gols da
rodada.” Eles simplesmente obedecem.
A nossa vozinha interior diz: “Vamos, menina.
Esfregue isso direito. Não pare até terminar. Se você não fizer agora, vai ter
que fazer amanhã. Vamos, termine isso.” Algumas de nós também obedecem sempre.
Então, quem você acha que vai terminar tudo? Quem
incansavelmente vai encontrar os pares das meias, dobrar e guardar roupas
espalhadas, lavar a louça ou guardar brinquedos até que caia exausta na cama,
ao lado de um homem de olhar cintilante e apaixonado, querendo romance...
Talvez nesse momento sua vozinha interior diga “Ei,
vc já fez o bastante. Vire-se e durma.”
É importante que a gente entenda os limites dos
nossos maridos.
Como mães de crianças pequenas, muitas vezes temos
mais tarefas do que tempo ou paciência. Mas não podemos deixar de amar e
respeitar.
Reconheço que sou extremamente impaciente e muitas
vezes ingrata. O Isaac me ajuda sim e nem sempre respeito o limite dele.
A proposta que faço a você é: reconheça a ajuda que
ele tem lhe prestado. Ainda que seja algo atrapalhado, sem jeito, incompleto...
Nós nos tornamos mães e eles se tornaram pais. Em
muita coisa, não tem sido fácil pra eles também. Se você tem saudade do tempo
em que batia perna pelo centro da cidade olhando vitrine, eles tem saudade do
tempo em que viam TV até dormir no sofá.
Tudo isso vai passar... Essa vida corrida que mais
parece uma gincana, vai passar...